A sociedade se transforma ao longo do tempo, e sábio é o Tantra que se adapta a todas as realidades. Sua visão integrativa permite que, não importa as mudanças culturais, não importa para onde levem o Tantra, ele sempre estará pronto para se ajustar, como a natureza!
O Tantra não se preocupa com o sistema moral vigente; ele não se preocupa em ajustá-lo para a sociedade. O Tantra vê o corpo humano como um templo e procura cuidar desse templo da maneira mais carinhosa e eficaz possível.
Alguns textos tântricos falam sobre a fusão da energia masculina e feminina em práticas meditativas nas quais um retroalimenta a energia do corpo do outro, criando-se um dínamo, um grande chakra de energia fundindo os dois corpos que podem enfim atingir a experiência do Samadhi, da expansão máxima da consciência, da percepção da realidade além das dualidades.
E embora a ilustração dessas vivências seja sempre feita com figuras masculinas e femininas, o Tantra deixa claro que ambas as polaridades fazem parte do sistema de todos nós.
Homens e mulheres, cada um de nós possui energia, influência, referência, atitude e presença masculinas e femininas dentro de si.
Uma prática de meditação tântrica para casal, para ser compartilhada com um parceiro ou com uma parceira, pode ser um processo superficial ou algo extremamente íntimo e profundo.
O vínculo que existe entre os praticantes, por exemplo, vai exercer bastante influência no ritmo e rumo da prática, assim como vários outros fatores. O equilíbrio de Yin e Yang, de masculino e feminino que existe em cada um também vai impor sua força à prática.
E a junção desses equilíbrios podem criar aproximação, ruído, dificuldade de concentração, interesse, uma série de efeitos durante a meditação tântrica.
E isso pode acontecer tanto entre casais do mesmo sexo como casais heteronormativos, pois trata-se da influência que cada uma dessas energias têm no seu comportamento.
Você pode ser uma mulher heteroafetiva extremamente masculina, com atitudes e comportamentos masculinos, da mesma forma que um homem gay pode não ser nada afeminado em seus traços e na sua presença.
O que importa é como o equilíbrio dessas forças dentro de cada um conversa com o outro, e não qual genital se conecta com qual.
Transgêneros, cisgêneros, héteros, gays, lésbicas, bissexuais, binários, não binários, assexuais, tod@s orientações, gêneros, preferências, gostos e escolhas são bem vindas nas práticas de Tantra da Casa Samadhi.
Não fazemos nenhum tipo de segregação, a não ser quando direcionamos algum grupo específico para alguma categoria, como por exemplo os grupos exclusivos para empoderamento feminino (mulheres trans são bem vindas!).
Nossa visão de Tantra é integrativa e procuramos sempre abraçar todas causas, credos, valores, preferências e costumes, exceto aqueles que procuram segregar, violentar, ser intolerante ou pregar discurso de ódio.
Vale lembrar que muito do desenvolvimento sensorial que o Tantra propicia pode ser vivido sozinho.
Muitas vezes deve! Precisamos sintonizar nossa atmosfera interna com bastante sensibilidade e presença para conseguirmos uma experiência profunda e significativa na presença do outro.
É comum encontrarmos casais que procuram começar o caminho do Tantra já no contexto da relação – o que também é possível – mas nunca podemos deixar de esquecer o processo interno que cada um precisa refinar para mergulhar cada vez mais fundo dentro do Tantra.
Como o Tantra ajuda
Não é novidade pra ninguém: o estilo de vida que fugir da heternormatividade que ainda impera nos dias de hoje vai sofrer preconceito e uma série de influências externas negativas e prejudiciais.
Pouco a pouco isso vai abalando o ego da pessoa, criando um estado de alerta, uma necessidade de defesa constante. A necessidade de se esconder, de usar máscaras sociais vai fragmentando a individualidade da pessoa e, não demora muito, estamos com uma mente fragilizada e doente precisando de ajuda.
O Tantra não só oferece um ambiente acolhedor e receptivo, como também traz meditações que vão fortalecer a essência da pessoa, trazendo uma sensação de integração que surge quando conseguimos enxergar além dos nossos pensamentos, além das influências que interferem no comportamento. Quando vamos além do ego.