Tantra para mulheres

Como as vivências tântricas ajudam a sexualidade e a saúde da mulher? Saiba mais aqui

O Patriarcado e o Machismo que impera na sociedade em grande parte da história da humanidade fez das mulheres vítimas das maiores atrocidades, de corpos mutilados até mulheres queimadas vivas.

Quando o assunto é sexualidade a coisa fica ainda mais assustadora. Uma repressão exagerada, uma necessidade de controle do corpo e das sensações da mulher, um sentimento de posse por cada mulher que exista na família, a constante ameaça de ver seu corpo ser violentado, assédios sexuais em relações profissionais e de poder, enfim, a lista aqui é infindável.

A sociedade que criamos não prepara a mulher de maneira saudável para vivenciar sua sexualidade. Na contramão disso, impõe a mulher dúzias de julgamentos que ouvimos todos os dias em conversas soltas por aí: “abriu as pernas, agora cuida”; “deu na primeira noite é puta!”; e tantos outros absurdos.

A mulher vive muita tensão no seu contato com a sexualidade. Desde a primeira relação, muitas vezes sem nenhum conforto de compartilhar com os pais, sente dor, não sabe lidar com a ansiedade, tensiona e contrai o canal vaginal, sente mais dor. A mulher, por ter um tempo mais lento que o homem em sua excitação, acaba gozando menos, tendo menos orgasmo, ou seja, menos relaxamento.

Muita tensão e pouco relaxamento desgasta, fragiliza, prejudica o bom funcionamento do organismo. A tensão física alimenta um estado mental de expectativa e frustração, ideias fixas e pensamentos recorrentes adoram um corpo estressado. Por associar a tensão à sexualidade, a mulher acaba vivendo uma realidade como se o orgasmo fosse fruto de muita concentração, uma conquista. Muitas mulheres se queixam que não chegam ao orgasmo porque não sabem o que fazer para chegar lá.

O desenvolvimento nesse caso é justamente um não-fazer. Mulheres precisam relaxar na presença da sexualidade. Abrir mão do controle da experiência e confiar na sabedoria do corpo. Respirar fundo, destensionar a musculatura. Procurar ritmos e posições que relaxem o corpo, que possam trazer a mulher para as sensações. Sentir e perceber como o corpo se comporta ao vivenciar a energia sexual. As mulheres também precisam pensar menos e sentir mais o seu sexo, abandonar as expectativas, redescobrir o seu próprio corpo.

Um dos grandes ensinamentos que o Tantra pode trazer pras mulheres de hoje é perceber as consequências que trazemos pro corpo quando negligenciamos a energia sexual. Um caso bem comum que atendemos na terapia é aquela mulher com a vida sexual frustrada, dentro de um relacionamento afetivo e monogâmico que já dura anos, que repete pra si mesma que não precisa de sexo para viver bem.

Essa decisão de lidar dessa maneira com sua sexualidade vai trazer enorme desconforto para a mulher, muitas vezes sequer associado a essa escolha. Ela vai fazer exames e mais exames com queixas de dor e inflamação, mas os médicos não vão encontrar nada. É o processo de somatização do corpo em ação. O atrofiamento do sistema sensorial conectado à sexualidade vai ter um preço pro organismo. Sem a movimentação da energia sexual, todo nosso sistema endócrino fica comprometido.

Hormônios e neurotransmissores importantíssimos para o boa manutenção de todas as funções orgânicas deixam de ser produzidos. Cria-se um estado de profundo desequilíbrio energético. O metabolismo se compromete, assim como o sistema imunológico. E por aí vai, cada corpo com sua válvula de escape; umas desenvolvem úlcera, outras gastrite, algumas vão ter ovário policístico, endometriose, fibromialgia.

Decidir levar uma vida sem sexo é quase tão saudável como levar uma vida sem dormir. A diferença é que contra o sono você perde mais rapidamente. Contra o sexo vai demorar mais, mas com certeza o corpo vai exigir um reequilíbrio em algum momento.

Como o Tantra ajuda?

A Consciência corporal que desenvolvemos por meio das meditações tântricas vão fazer com que a mulher perceba mais evidentemente a sua anatomia emocional e a conexão que as experiências passadas tem com o comportamento atual. Ao longo do tratamento é bem comum que as mulheres se lembrem de experiências conectadas à sexualidade, que foram mergulhadas no inconsciente.

Assim a mulher começa a expandir as possibilidades e vivenciar sua sexualidade de uma maneira mais saudável e plena. Os papeis que são construídos pela cultura machista – que contaminam a mente da mulher bem cedo, antes mesmo de termos o nosso cérebro completamente desenvolvido – começam a ruir e cair por terra. Junto com eles vêm os bloqueios energéticos, as couraças neuromusculares que alimentam e são alimentadas pelos comportamentos que esses papeis implicam.

É um desabrochar. Mergulhando nas meditações e terapia tântrica como um todo a mulher começa a recuperar a força do seu livre arbítrio, começa a reagir menos e a agir mais. Vai ficando cada vez mais fácil vivenciar experiências novas e expandir o comportamento. A autoestima também se transforma: despertar o potencial sensorial do corpo vai fazer com que a mulher se perceba de outra maneira. De uma maneira mais independente de todos os padrões estéticos e de beleza que são martelados na nossa sociedade todos os dias, em toda a nossa cultura.

Mudando a sexualidade pelo corpo

Todo nosso comportamento reflete na nossa anatomia emocional, que reforça esse comportamento, que acentua as condições dessa anatomia, e assim entramos num círculo vicioso difícil de sair. Assim, passamos grande parte da nossa vida repetindo que somos dessa ou deaquela maneira.

No Tantra as mulheres acabam conhecendo experiências de alta intensidade, de um grande volume de energia sexual produzida e circulando pelo corpo. Além disso, nessas experiências, criamos um contexto meditativo para que a auto-observação esteja presente e bem aguçada.

Gradativamente, o corpo da mulher começa a se transformar. A sensibilidade se transforma, a maneira de perceber o corpo, os limites e as formas de sentir o próprio prazer, tudo isso começa a mudar de maneira estrutural, não no campo das ideias, mas sim fisicamente, no corpo. As práticas tântricas tem um potencial muito grande de produzir no nosso sistema a bioquímica saudável, um conjunto de bons hormônios que mantém o nosso corpo em bom funcionamento.

É muito comum que as mulheres desenvolvem impulsos orgásticos diferentes do que estão acostumadas. O chamado orgasmo de vale – no qual o corpo produz a sensação orgástica no acúmulo de energia, e não na dispersão – começa a produzir uma série de espasmos ao longo de toda a musculatura. Orgasmos múltiplos também são outros impulsos que o corpo feminino pode aprender mais rapidamente com a terapia tântrica, em especial com as massagens tântricas.

As mulheres podem inclusive – e esse é um grande tabu – desenvolverem reflexos ejaculatórios. A produção de energia sexual intensa no corpo da mulher acaba produzindo um líquido esbranquiçado, inodoro e um pouco viscoso que pode ser expelido pelo corpo no momento do orgasmo. Essa produção de líquido se mostra extremamente curativa e eficiente no trato de diversas questões que comprometem a saúde do genital feminino, desde vaginismo até ovário policístico.

Toda a repressão e a injustiça cometida contra o corpo e a sexualidade da mulher acabam deixando marcas. É preciso entender que essas marcas também não ficam apenas no campo dos pensamentos e das ideias – o corpo também se adapta à força que esses conceitos imprimem no nosso caráter e sistema de crenças. O Tantra ajuda a mulher a desprogramar todo esse blábláblá do seu sistema orgânico, para que ela possa reprogramar da maneira mais útil e saudável à sua realidade.

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